Reabilitação 
                      de                                Cães

Hierarquia e Humanização Canina

 

Conceito de Liderança Positiva

Acredita-se que os cães domésticos foram desenvolvidos a partir de uma espécie de canídeo específica. Porém, provavelmente, alguns cruzamentos com lobos também foram dados ao longo da história. O que se percebe é que a comunicação entre Lobo e Ser Humano é muito difícil por conta de suas características selvagens. Já os cães possuem maior sensibilidade e capacidade de interagir com outras espécies, buscando entender e se fazer entender.

 

Dado esse conceito, podemos compreender que o que nos leva a perder o controle dos nossos cães é a falha na comunicação, pois sempre o que está em jogo é a relação interespécie.

 

Algumas espécies como os macacos, os gatos e os papagaios, por exemplo, também têm a facilidade de interagir com os seres humanos, mas só os cães compreendem os humanos como matilha, ou seja, trabalham juntos e interagem em prol de um objetivo em comum.

 

Esse contexto nos traz aspectos essenciais de compreensão da Hierarquia Canina.

 

A liderança de um cão terá de ser conquistada com clareza de comunicação, coerência nas repetições e postura firme com positividade, ou seja, nunca através de imposição ou violência, pois dessa forma ele jamais irá confiar e ficar em posição de submissão ao seu tutor (líder).

 

Quando essas questões são invertidas os cães ficam confusos, começam a interpretar e agir por conta própria, e isso produz cães dominantes e líderes de matilha.

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Humanização dos Cães

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É o comportamento e a comunicação de uma pessoa com seu cão baseado na psicologia humana, ou seja, gestos e sinais que só os humanos podem entender entre si. Por isso é essencial entender e aplicar a psicologia canina, a linguagem corporal e os sinais caninos (calming signals). Um exemplo comum é ficar exageradamente passando a mão no cão. Isso, no mundo canino, poderá ser interpretado por ele como lambeduras e passar a informação de que ele é o líder na relação.

 

Não “humanizar” os pets é um aspecto muito importante para não os deixar confusos na relação com seu tutor. Receber informações desconhecidas deixará o animal alheio à informação e o levará a tomar a iniciativa em todas as situações.

 

Importante: Não precisamos nos privar de nada, nem de carinhos e agrados, basta fazer a lição de casa. Se a nossa liderança positiva e hierarquia estão bem-estabelecidas, o restante é garantido!

 

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Reatividade e Desequilíbrio

 

Reatividade

Reatividade é a comunicação agressiva ou desequilibrada que um cão possa apresentar em determinadas situações. Alguns cães podem desenvolver traumas, agressividade, insegurança, medo, dominância, possessão, apego excessivo e muitos outros comportamentos indesejados só pelo fato do manuseio e comunicação incorretos do seu dono.

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Algumas características caninas:

  

   - Cães não são lobos domesticados.

   - Cães resgatados buscam maior atenção e possessão de alimentos.

   - Fêmeas são mais possessivas e territoriais.

   - Fêmeas tentam monopolizar os machos.

   - Fêmeas podem comer sua prole.

   - Cães são colaborativos.

   - Cães convivem e se alimentam através de matilha.

   - Hierarquia por conflito e enfrentamento.

   - Nem sempre a agressividade é causada por dominância.

   - Cães possuem imensa habilidade de socialização.

   - Existem inúmeras raças de cães com individualidades singulares.

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Aspectos de reabilitação:

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1. Trabalhar outras formas de comunicação e rotinas não vivenciadas pelo cão.         Muitos cães ficam viciados em certos comportamentos repetitivos que foram         ensinados pelo seu tutor.

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2. Trabalhar a reatividade do cão, pois ele se torna agressivo e desequilibrado         quando aprende comportamentos reativos para se comunicar.

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3. Trabalhar o cognitivo do animal. Estimular o cão a se expressar e agir com           comunicação alternativa.

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4. Ambientes incompatíveis com o pet, falta de higiene do animal e problemas de     saúde clínica são fatores responsáveis por muitos problemas de temperamento       do cão.

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5. Construir relação de confiança com o cão executando comandos de                   obediência, truques e contato visual são tarefas muito importantes para que         ambos se comuniquem melhor.

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6. Praticar a “migração”. Passear ao máximo com o cão, em vários ambientes           diferentes, diversificando a caminhada para que ele esteja sempre motivado e       com energia calma.

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7. Construir relação do cão com os equipamentos de adestramento e passeio.           Associação positiva. Iniciar sempre no ambiente interno.

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8. Socializar o cão aos poucos nos ambientes externos como diversos ruídos,             pessoas estranhas, animais e principalmente outros cães. Proporcionar esse           convívio desenvolve a leitura gestual dos outros cães.

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9. Desenvolver a habilidade de comunicação do cão em longas distâncias para         despertar a atenção dele nos momentos de distração e estresse.

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10. Trabalhar o chamado “Desamparo Apreendido”. Situação em que o cão se            acostuma a viver em modo de estresse.

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11. Trabalhar com sensibilidade e tranquilidade cães inseguros e traumatizados,         pois são muito mais vulneráveis a ficarem reativos.

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12. Sempre oferecer ambiente controlado para o cão descansar e relaxar.

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